terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Hoje é celebrado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência!


Inclusão para um mundo melhor

Entenda como ela é praticada na educação e porque a escola inclusiva é direito de todos



 Constituição Brasileira, de 1988, prevê o direito universal à Educação em seu artigo 208. O Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, garante o mesmo. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9394/96) definiu regras a respeito da inclusão escolar, que foram reforçadas pela Política Nacional de Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, publicada em 2007. Todos esses passos foram dados em direção a uma educação a que todos tenham acesso, independentemente de dificuldades físicas e intelectuais - e de qualquer outra natureza.

"Não há como dissociar a inclusão educacional da social", afirma a psicopedagoga Mary Lopes Frizanco, de São Bernardo do Campo (SP), lembrando que a exclusão escolar no Brasil também atinge os pobres e outros grupos vítimas de preconceito. "As escolas tiveram o prazo de 10 anos, dado pelo MEC, para se adaptar à realidade da inclusão. Esse período acabou em 2010, mas ainda estamos caminhando nesse sentido", pondera a especialista em educação especial, que publicou, entre outros livros, Esclarecendo as Deficiências (Editora Ciranda Cultural). 

Nesse entretempo, houve, na prática, uma grande diminuição de instituições de ensino especializadas em crianças com deficiência e a consequente maior abertura das escolas regulares para esses alunos. Agora, falta consolidar essa realidade. "Buscamos um modelo educacional que contemple todos. O encanto e o alimento da educação é a diversidade", declara Carmen Lydia da S. Trunci de Marco, psicóloga, pedagoga e diretora do Colégio Pauliceia, em São Paulo, que tem tradição de mais de 30 anos na prática da inclusão. 

A psicopedagoga e especialista em inclusão Sheila Pinheiro, também da capital paulista, defende que não só os possíveis "excluídos" se beneficiam da inclusão, mas todas as crianças. "Todos nós temos particularidades que devem ser compreendidas e respeitadas", ressalta. "E a criança que aprende desde cedo a lidar com as diferenças dos amiguinhos será certamente um adulto mais tolerante". 

Com a inclusão, assim, estamos construindo não apenas uma escola melhor, mas um mundo mais justo. Veja as diretrizes fundamentais para compreendê-la e colocá-la em prática.

A inclusão é pára todos
O termo inclusão não abarca apenas pessoas que poderiam ser excluídas da Educação devido a dificuldades de aprendizagem. Ele abrange todas as crianças e todos os jovens, com saúde e desenvolvimento típicos ou não, de todas as etnias e as classes sociais, pois expressa o direito à educação de maneira ampla: qualquer dificuldade de aprendizado que se tenha, seja ela decorrente de qualquer condição, deve ser acolhida e solucionada pela escola. No caso dos alunos com deficiência, a inclusão parece ser mais evidente, mas isso não significa que os colegas considerados típicos não se beneficiem dela. "Estudos comprovam que alunos que estudam com coleguinhas com deficiência também aprendem mais", observa a psicopedagoga Sheila Pinheiro. Por que isso acontece? Porque, uma vez que a escola se engaja na busca por soluções de aprendizado, todos saem ganhando.

Inclusão real
Aceitar alunos com dificuldades de aprendizado é uma coisa; garantir a eles o real acesso ao conteúdo é outra. Em outras palavras, a inclusão na prática é diferente da do papel. "Dar a vaga porque existe a lei não é suficiente", ressalta a psicopedagoga Sheila Pinheiro, lembrando que, a partir do momento em que a escola recebe uma criança com deficiência, todos, do porteiro ao diretor, têm de participar do processo de inclusão. "A diferença deve ser aceita com naturalidade, afinal, todos somos singulares", argumenta Mary Lopes, lembrando que, em casa, toda criança é reflexo dos valores familiares. Assim, é importante que todos os pais, tenham eles filhos considerados típicos ou não, abram-se à inclusão e transmitam o princípio da igualdade no dia a dia.

Adaptações curriculares
Elas são essenciais para que a escola seja de fato inclusiva. Não adianta querer ensinar o mesmo conteúdo para todos os alunos, muito menos se utilizando do mesmo método. "É preciso ensinar o que a criança pode aprender dentro das possibilidades dela", lembra Carmen Lydia da S. Trunci de Marco, diretora do Colégio Pauliceia. A psicopedagoga Sheila Pinheiro concorda e orienta: "A primeira pergunta é: ‘o que a criança sabe?’ Partindo dessa resposta, vem ‘aonde quero que ela chegue?’". Com uma meta clara, mirando as habilidades a serem conquistadas, professores e coordenadores têm de pensar em soluções concretas para que currículo seja transmitido de maneira funcional, com vistas no que realmente é preciso saber para se viver bem em sociedade. Ou seja: mais prática e menos teorização abstrata.

Texto: Cynthia Costa /20/03/2013
Reportagem extraída da hp: http://educarparacrescer.abril.com.br/


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